domingo, 25 de outubro de 2009
PALAVRÕES -
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos
para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade
nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.
Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação
com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu
jeito, sua índole.
"PRA CARALHO", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita
quantidade do que "Pra Caralho"? "Pra Caralho" tende ao infinito, é quase uma
expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra
caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? No
gênero do "Pra Caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o
famoso "NEM FODENDO!". O "Não, não e não!" , assim como o "Absolutamente Não" já soam sem nenhuma credibilidade. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto.
Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em
sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar
no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, Nem Fodendo!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Caetano Veloso.
Por sua vez, o "PORRA NENHUMA!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes,que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.
Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!",
ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".
O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar
interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um
canalha. Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "PUTA-QUE-PARIU!", ou seu correlato PUTA-QUE-O-PARIU!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "VAI TOMAR NO CU!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CU!".
Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite
do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no
meio do seu cu!".
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai
à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de
vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de
definição do Português Vulgar: "FODEU!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "FODEU DE VEZ!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial
contexto interior de alerta e auto-defesa.
Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem
carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você
parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à
quantidade de "FODA-SE!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "Foda-se!"? O "Foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!".
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Liberdade, igualdade, fraternidade e... FODA-SE !!!
(circulando na internet) Obs: um visitante diz que o texto não é do f. veríssimo, vou conferir e dar os créditos.
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5 comentários:
Oi amiga, não sei se é bem assim....
abs
Eu fui educado pra falar palavão (isso mesmo, fui atleta, joguei futebol, qdo comecei era educadinho pela minha mãe, ai meu treinador disse: ou vc aprende a falar palavrão ou vira a bichinha do time, resultado, a cada 10 palavras minhas hj, pelo menos 3 tem palavrões)
Já li coisas das mais variadas sobre isso, desde que ajuda a liberar hormôneos que aliviam dores a redução do nível de stress emocional!
Só sei uma coisa, que vá tomar no cú todo mundo que não fala um palavrãozinho, monte de merda do caralho!! Brincadeira, mas me senti a vontade, já que tem um monte no post!!
Belo blog professora, parabéns!! A qualquer momento voltarei pra falar sobre minha experiencia de "Educação a Distância" sem palavrões, prometo!!
@srgnarciso
http://opumanegro.blogspot.com
Excelente seu Blog Joyce, muito criativo, dinâmico, e de muito bom gosto
parabéns ja te sigo
beijos
Ricky
kkkkkkkkkkkk
Tenho dificuldade em falar palavrão, mas claro que em diversas situações sai alguns...
Gostei muito da forma como o autor colocou "o palavrão" no nosso dia a dia. Claro que não vai ser 100% com todo mundo, mas em algum momento todos vamos nos identificar.
Muito bacana seu blog!!
Abraço,
Questionadora
Vai tomar no meio do seu cú! Isso não é Luis Fernando Veríssimo NEM FUDENDO!
Isso é dos comediantes Leandro Hassum e Marcius Melhem. :)
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