domingo, 21 de fevereiro de 2010

SER



Ser

Ter a calma do abandono dos sonos,
cuidar do peito como quem planta trigo,
amenizar tremores e febres
como quem dá descanso ao filho.

Acolher sonhos, serenos e ventos,
tatear promessas como se fossem rezas,
cuidar que as palavras sejam boas iguais a frutos
como quem cuida de árvores nos quintais.

Acender fogo sabendo das refeições,
bendizer o dia como quem abençoa a vida,
agradecer por tudo em todos os instantes
como quem aflito recebe afago e ternura.

Caminhar sem ruídos pelos caminhos,
atentar às paisagens como quem espia a lua,
saber do sabor e dos perfumes os mais humildes
como quem edifica poemas e edifícios.

Amar na possibilidade de todo amor,
entregar-se a si como num esquecimento,
doar-se com a profundidade dos gestos
como quem sozinho celebra seu momento.

Cuidar para que o coração seja ameno,
resguardar a bondade como preciosidade e luz,
ter nas mãos fragilidades humanas e divinas
como quem ao fim de tudo se apresentasse a Jesus.

                                            Zeca Corrêa Leite


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