segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

As quatro estações

Antonio Vivaldi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Antonio Vivaldi
Antonio Vivaldi.jpg
Gravura de François Morellon de la Cave
Informação geral
Nome completo
Antonio Lucio Vivald
Apelido
Vivaldi
Data de nascimento
4 de março de 1678
Origem
Veneza, Itália
País
Itália Itália
Data de morte
28 de julho de 1741 (63 anos)
Instrumentos
violino
Período em atividade
1705 - 1741
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678Viena, 28 de julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre vermelho") por ser um sacerdote de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações")

 Escute a mais famosa de suas composições: As quatro estações

domingo, 27 de dezembro de 2009

Indicação de livro infantil

Sobre a obra

O livro, de 332 páginas, tem de tudo. Tem bicho engraçado, formas, cores, a preguiça da gente, o lugar das coisas no mundo, batata frita e até nariz. Tem desenhos pra encantar e rimas que brincam na boca da gente. Tem o carinho da poesia de Lalau e a beleza das cores mais bonitas de Laurabeatriz. E, acima de tudo, tem a graça de descobrir um mundo novo, em que a fantasia está na moda. É pra usar todo dia. Indicação a partir de 6 anos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Indicação: homenagem ao Monthiel

No ano passado um blogueiro amigo indicou a leitura dos livros abaixo. Infelizmente, ele partiu, achei o email e faço uma homenagem a ele repetindo sua indicação. Do Monthiel.
1 - 1808 (Laurentino Gomes)
2 - O mundo assombrado pelos demônios [bb] (Carl Sagan)
3 - Deus, um delírio ( Richard Dawkins );
4 - Ensaio sobre a cegueira (Jose Saramago);
5 - O Castelo de vidro (Jeannette Walls);
6 - A sombra do vento (Carlos Ruiz Zafon);
7 - A cabana (William P. Young);
8 - O vendedor de sonhos (Augusto Cury);
9 - Uma breve história do mundo (Geoffrey Blainey);
10 - As memórias do livro (Geraldine Brooks

domingo, 20 de dezembro de 2009

A MENINA DOS FÓSFOROS

Fazia um frio terrível. Nevava, e a noite aproximava-se rapidamente. Era o último dia de Dezembro, véspera de Ano Novo.

Apesar do frio intenso e da escuridão, andava pelas ruas uma menina descalça e com a cabeça descoberta.

Ao sair de casa ainda trazia umas chinelas, mas que não lhe serviram de muito. Eram enormes, tão grandes que decerto pertenciam à mãe e a pobre menina tinha-as perdido ao atravessar a rua correndo, para fugir de duas carruagens que rolavam velozmente. Estava agora descalça e tinha os pés roxos de frio. Dentro de um velho avental tinha muitos fósforos e segurava um punhado deles.

Ninguém lhe comprara fósforos durante o dia e nem sequer lhe tinham dado uma esmola. Morta de frio e de fome, arrastava-se pelas ruas. A pobre criança era a imagem da miséria. Caíam-lhe flocos de neve sobre os cabelos louros muito compridos.

As janelas das casas estavam todas iluminadas. Pelas ruas, espalhava-se o cheiro reconfortante de gansos assados, pois era véspera de Ano Novo.

A menina acocorou-se no ângulo formado pelos muros de duas casas. Encolhera as pernas e sentara-se em cima delas, mas continuava a ter frio. Não ousava voltar para casa porque não vendera nem um fósforo e não tinha sequer uma moeda para entregar ao pai. Temia que este lhe desse uma sova. Além disso, em casa fazia quase tanto frio como na rua, porque tinham apenas o telhado para os cobrir. Apesar de terem tapado com palha e trapos todas as frestas, o vento gelado penetrava incessantemente.



Pôs-se a acender todos os fósforos que restavam na caixa, para conservar junto de si a imagem da avozinha. Os fósforos davam uma chama tão clara que parecia dia. Nunca a avó fora tão bela e tão grande como naquela noite.

A bondosa senhora pegou na criança entre os braços e ambas se elevaram no espaço, envolvidas por uma luz extraordinária. Subiram alto, muito alto, até onde deixa de existir o frio, a fome e o medo.

E, quando chegou a madrugada, encontraram a criança estendida no chão, com as faces rosadas e um sorriso nos lábios. Estava morta. Tinha morrido de frio, na última noite daquele ano.

O Sol do dia do Ano Novo ergueu-se sobre o corpo frágil e abandonado na neve. O avental da criança continha ainda alguns fósforos, mas perto do corpo encontrava-se um pacote de caixas vazias. No entanto, ninguém podia supor as esplêndidas coisas que a menina tinha visto, nem sequer a emoção que sentira ao ser levada pela bondosa avozinha, no dia em que o novo ano principiava.




 ANDERSEN



MAIKEN



ILUSTRAÇÕES PARA OUTRAS HISTÓRIAS DE ANDERSEN




HOWARD PAY



P. J. LYNCH

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dois Poemas de Florbela Espanca


MISTÉRIO D'AMOR

Um mistério que trago dentro em mim
Ajuda-me, minh'alma a descobrir...
É um mistério de sonho e de luar
Que ora me faz chorar, ora sorrir!


Viemos tanto tempo tão amigos!
E sem que o teu olhar puro toldasse
A pureza do meu. E sem que um beijo
As nossas bocas rubras desfolhasse!


Mas um dia, uma tarde... houve um fulgor,
Um olhar que brilhou... e mansamente...
Ai, dize ó meu encanto, meu amor:



Porque foi que somente nessa tarde
Nos olhamos assim tão docemente
Num grande olhar d'amor e de saudade?!

ESCREVE-ME...

Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!


Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!


"Amo-te!" Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!


Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então... brandas... serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...

Florbela Espanca

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

A leitura



Estudos sobre o processo cognitivo da leitura mostram que o leitor, para entender o significado do texto que lê, precisa elaborar uma interpretação global deste durante sua leitura.Tal processo, de acordo com o modelo teórico de Kintch e Van Dijk, assinalado em trabalho de Colomer e Camps (2002), é chamado de macroestrutura mental do texto, isto é, a semântica abstrata do conteúdo deste ou o resumo mental das informações feitas pelo leitor. Para efetuar este processo, o leitor aplica às proposições do texto macrorregras, entendidas aqui como uma série de estratégias de síntese (supressão, generalização e construção da informação do texto) que inicia quando o leitor , a partir das primeiras informações, compara estas com as que já possui e, se lhe parecem sem importância, são descartadas ( macrorregra de omissão). Porém, se o leitor encontra uma enunciação que agrega várias informações, procede a uma macrorregra de generalização e, mesmo, se houver necessidade, constrói ele mesmo uma proposição-resumo ou macrorregra de construção.
Esta atividade de resumo é processada de tal forma que o leitor só toma ciência dela em caso de proposições não adequadas à representação mental construída por ele até aquele momento, necessitando assim reorientar o significado ou descartar a nova informação. No caso da reorientação ser impossível, o leitor admitirá que incorreu em algum erro e voltará atrás em busca do significado pertinente.
No caso do leitor não conseguir encontrar as informações parciais que não combinam entre si, ficará sem opção para buscar a compreensão do texto, podendo, mesmo, interpretar como válido algo que não se ajuste à mensagem geral, sem perceber a contradição criada. Em resumo, é necessária a existência de um mecanismo avaliativo da nova informação do texto, relacionada com conhecimentos de mundo do leitor, seus propósitos e objetivos ao iniciar a leitura do texto.
A atividade metacognitiva de auto-avaliação do leitor, acima descrita, deve ser constante no processo de construção de sentido para que seja possível a reconstrução do significado. Muitos são os aspectos presentes na compreensão leitora: a intenção da leitura e os conhecimentos trazidos pelo leitor. Em relação à intenção, a leitura de um adulto pode ter finalidades diversas como busca de informação, distração, vontade de ter mais conhecimentos etc. Esta intenção é que determinará a forma de abordagem do escrito bem como o nível de compreensão que o leitor julgará adequado para sua intenção. Assim, Foucambert (1976), citado por Colomer e Camps (2002), destaca algumas maneiras de abordagem do texto de acordo com o objetivo do leitor: leitura silenciosa integral (um romance ou ensaio); leitura seletiva para extração de uma idéia central; leitura exploratória para uma informação determinada; leitura lenta para desfrutar de aspectos formais do texto e leitura informativa para uma busca rápida de uma informação pontual.
Em relação aos conhecimentos trazidos pelo leitor é de grande importância que estes sejam amplos e de tipo variado para que a leitura realize-se com êxito. São também de dois tipos: conhecimentos sobre o escrito e sobre o mundo de acordo com Colomer e Camps (2002).






Os conhecimentos necessários sobre o escrito são de níveis diversos:

a) Paralingüísticos: os leitores, geralmente, possuem grande conhecimento destes aspectos como, por exemplo, os elementos tipográficos,os formais como separação de frases, sentenças ou capítulos e convenções do tipo do índice, prólogo, entre outros;

b) Relações grafofônicas: trata-se do conhecimento das letras e de sua relação com as diferentes unidades fônicas, processo denominado consciência fonológica, reconhecido como indispensável para a aquisição do código escrito;


c) Morfológicos, sintáticos e semânticos: percepção de relações de significado entre palavras do texto para decidir o sentido de uma palavra polissêmica, ou de outra forma, conhecer e identificar relações sintáticas entre as unidades lingüísticas. Este último parece ser o processo mais usado por leitores fluentes, captando o escrito a partir da organização das unidades sintáticas;

d) Conhecimentos textuais: a capacidade de reconhecer as estruturas textuais mais usadas em um momento histórico em uma sociedade facilita a compreensão das idéias fundamentais de cada tipo de texto.

Os conhecimentos sobre o mundo são cruciais para a compreensão, já que esta é resultado de um processo pelo qual as pessoas relacionam suas leituras a grupos de ações por elas vivenciadas e armazenadas anteriormente e que serão entendidas de acordo com essa memória.
Este tipo de processo pode levar a duas situações distintas, freqüentemente observadas nas escolas, se o leitor acrescenta ao texto muitos conhecimentos pode ficar desinteressado, pois tudo se torna muito previsível para ele. Por outro lado, para alguns leitores, muitos textos são impossíveis de ser lidos por falta de conhecimento anterior daqueles.
As pesquisas sobre os aspectos cognitivos da leitura não mostram de que forma o leitor passa de um nível a outro, porém, sabe-se que o ensino de um desses níveis não necessariamente levará aos outros.
No contexto atual, o professor deixa de ser somente transmissor de conhecimento, transforma-se em facilitador da aprendizagem dos alunos e responsável pela mediação deste processo, ou ainda, de acordo com Nickel (2003), procurando ajudar seus alunos, observando parâmetros básicos e conteúdos programados, entre outros, que estejam circunscritos às possibilidades concretas destes.
O professor torna-se, então, responsável pela elaboração de uma leitura contextualizada da realidade que, permeada pelos conhecimentos e vivências apresentados pelos alunos, propiciará uma conscientização da importância do papel de cada um na sociedade. Nesse ponto, torna-se importante um estudo sobre a formação do professor como leitor em nossos dias, sobre a memória que se tem da escola, sobre as reflexões de professores e alunos no espaço contraditório desta escola.
Nesse sentido, é essencial situar a memória e o lugar que esta ocupa na escola para que aflorem as lembranças e as formas de sua constituição através dos tempos, revelando sua identidade. Os lugares de memória, isto é, bibliotecas, dicionários, comemorações, monumentos, testemunhos de outro tempo são a base para que as pessoas se reconheçam e sintam que fazem parte de um grupo. No mundo atual, o passado é sempre descartado e uma maneira de se contrapor a este fato é recuperar sempre traços e vestígios para fortalecer a memória coletiva. Um importante aspecto nesse processo é a história oral que faz com que aflorem as memórias subterrâneas subjugadas pela ordem social e sua ideologia. Na escola, são os professores e alunos, juntamente com outros funcionários que constroem a identidade deste espaço social o qual está enraizado no contexto destes sujeitos sociais, além da história nela construída que passou a constituir um lugar de memória.
Esta nova dimensão da função do professor amplia-se consideravelmente e significa romper hábitos e acomodações, em relação à busca de algo novo e desconhecido, o que constitui um grande desafio.
O profissional docente, portanto, será submetido a novas exigências, novos desafios, que lhe permitam dar conta desta dimensão ampliada de sua função, apreendendo outros indicativos necessários à prática docente como entender o ensino como mediação, de acordo com uma prática interdisciplinar, conhecendo e utilizando estratégias do ensinar a pensar, auxiliando os alunos na busca de uma perspectiva crítica do conteúdo, desenvolvendo capacidades comunicacionais nos alunos e respeitar suas diferenças de acordo com sua diversidade cultural. Por fim, o professor deve estar em permanente formação e incluir uma perspectiva afetiva e ética em sua atuação.
Percebe-se, porém, uma contradição entre a necessidade de mudanças que são significativas e a inviabilidade destas ocasionada pela defasagem na formação docente, já que estas demandam tempo e investimento de recursos por parte das instituições de ensino e de políticas educacionais de formação continuada que abarquem as reais necessidades dos docentes.
Ampliando esta visão, Marcelo (1999) define o conceito de formação de professores como uma área que estuda formas pelas quais os professores adquirem conhecimentos e competências que podem possibilitar sua intervenção profissional no desenvolvimento do currículo e da escola, visando a melhoria da educação recebida pelos alunos.
Alguns princípios podem ser relacionados sobre a formação do professor como uma concepção de continuidade que seja capaz de integrá-lo com processos de mudança, inovação e desenvolvimento curricular, bem como com o desenvolvimento organizacional da escola e possibilite o questionamento constante de suas crenças e práticas institucionais.
SANCHOTENE(2006)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Coração





Coração
Posted: 24 Nov 2009 08:24 AM PST
Tive que agir
E a cor da alma agitada e imperfeita
Tornou-se serena e calma
Nesta vida tão efêmera
Tive que agir, sim
Serenar meu plexo agitado
Meus pensamentos transviados
A alma que implorava por cor e ação
Equalizei o rádio que insistia em captar rock and roll
Respirei, bem fundo, e com sorriso largo
Pude ver o lago que refletia a luz solar
Voltei a estar
Tive que agir, sim
Com toda as minhas cores em ações


Xandy Britto, renovado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Texto do vídeo/ Florbela Espanca

Minh'alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!


Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!...


Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!... Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto...


Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!...

Edgard Alan Poe

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Florbela Espanca

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Poema/Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa

Encontro histórico; beatles and so on

domingo, 29 de novembro de 2009

Para refletir/Abate humanitário



Abate Humanitário
Sérgio Greif - Pensata Animal nº 29 - Novembro de 2009
http://www.pensataanimal.net/


O que nos querem dizer quando falam em abate humanitário?

De acordo com certa definição, abate humanitário é o conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais que serão abatidos, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.

Humanitário... bem-estar... palavras muito fortes e que não refletem o que realmente querem dizer. Termos como “humanitário” e “bem-estar” deveriam ser aplicados apenas nos casos em que buscamos o bem do indivíduo, e não para as situações em que procuramos matá-lo de alguma forma.

Quando enviamos ajuda humanitária à África não estamos enviando recursos para que os africanos possam se matar de uma forma mais rápida e menos dolorosa. Não estamos pensando: “Bem, aquele continente vive na miséria, cheio de fome, doenças e guerras, vamos resolver isso matando-os”. Ajuda humanitária significa alimentos, água, remédios, cobertores... intervenções realmente em benefício daqueles indivíduos.

Quando falamos em bem-estar social, bem-estar do idoso, bem-estar da criança, não estamos pensando em outra coisa senão proporcionar o bem a essas pessoas. Jamais pensamos em métodos de matá-los com menos sofrimento, porque isso seria o contrário de bem-estar, seria o contrário do que consideramos humanitário.

Por isso, quando escutamos alguém falar em “abate humanitário”, isso soa como um contra senso. A primeira palavra representa algo que vai contra os interesses do indivíduo e a segunda encerra um significado que atende aos seus interesses. Igualmente, a idéia de “bem-estar de animais de produção” é um contra senso, pois a preocupação com o bem-estar implica em preocupar-se com a vida, e não visar sua morte ou exploração de alguma forma.

Essas duas idéias - abate e humanitário - só se harmonizam quando a morte do animal atende aos seus próprios interesses, como no caso em que o animal padece de uma enfermidade grave e incurável e a continuidade de sua vida representa um sofrimento. Nesses casos, a eutanásia, dar fim a uma vida seguindo uma técnica menos dolorosa, pode ser classificada como humanitária, e uma preocupação com o bem-estar.

As organizações e campanhas que pregam pelo abate humanitário alegam que esse é um modo de evitar o sofrimento desnecessário dos animais que precisam ser abatidos. Mas o que é o “sofrimento necessário” e o que diz que animais “precisam ser abatidos”?

O abate de animais para consumo não é, de forma alguma, uma necessidade. As pessoas podem até comer carne porque querem, porque gostam ou porque sentem ser necessário, mas ninguém pode alegar que isso seja uma necessidade orgânica do ser humano.

Porém, se comer carne é hoje uma opção, não comê-la também o é. Se uma pessoa sinceramente sente que animais não devem sofrer para servir de alimento para os seres humanos, seria mais lógico que essa pessoa adotasse o vegetarianismo, ao invés de ficar inventando subterfúgios para continuar comendo animais sob a alegação de que esses não sofreram.

A insensibilização que antecede o abate não assegura que o processo todo seja livre de crueldades, especialmente porque o sofrimento não pode ser quantificado com base em contusões e mugidos de dor. Qualquer que seja o método, os animais perdem a vida e isso por si só já é cruel.

Caso todo o problema inerente ao abate de uma criatura sensível se resumisse à dor perceptível, matar um ser humano por essa mesma técnica não deveria ser considerado um crime. Caso o conceito de abate humanitário fizesse sentido, atordoar um ser humano com uma marretada na cabeça antes de sangrá-lo e desmembrá-lo não seria um crime, menos ainda matá-lo com um tiro certeiro na cabeça.

Está claro que a idéia de abate humanitário não cabe, e nem atende aos interesses dos animais. Mas se não atende aos interesses dos animais, ao interesse de quem ele atende?

A questão é bastante complexa, porque envolve ideologias, forças do mercado, psicologia do consumidor e política, entre outros assuntos. O conceito de abate humanitário atende aos interesses de diferentes grupos (pecuaristas, grupos auto-intitulados “protetores de animais”, políticos, etc.) não necessariamente integrados entre si.

Pecuaristas tem interesse no chamado abate humanitário porque ele não implica em gastos para o produtor, mas investimentos que se revertem em lucros. A carne de animais abatidos “humanitariamente” tem um valor agregado. O consumidor paga um preço diferenciado por acreditar que está consumindo um produto diferenciado. Possuir um selo de “humanidade” em sua carne significa acesso a mercados mais exigentes, como o europeu. Além disso, verificou-se cientificamente que o manejo menos truculento dos animais reflete positivamente na qualidade do produto final, portanto, mudanças nesse manejo atendem aos interesses do pecuarista pois melhoram a produção e agregam ao produto.

Os chamados protetores de animais tem interesses no abate humanitário, mas não porque este é condizente com o interesse dos animais. Em verdade esses “protetores“ não se preocupam com animais, talvez sim com cães e gatos, mas não com animais ditos “de produção”. Esses “protetores de animais” não os protegem, eles os criam, depois os matam e depois os comem. Eles podem não criá-los nem matá-los, mas certamente os comem e mesmo quando não o fazem por algum motivo, não se opõe a que outros o façam.

“Protetores de animais” lucram com o conceito de abate humanitário, pois isso lhes rende a possibilidade de fazerem parte do mercado. Há entidades de “proteção” animal que se especializaram em matar animais. Sob a pretensão de estarem ajudando aos animais, elas mantém fazendas-modelo onde pecuaristas podem aprender de que forma melhorar sua produção de carne, leite e ovos e de que forma matar animais de uma maneira mais aceitável pelo ponto de vista do consumidor comum. Podem também lucrar servindo como consultores em frigoríficos.

Simultaneamente, essas entidades fazem propaganda no sentido de convencer o consumidor de que todo o problema relacionado ao consumo de carne encontra-se na procedência da carne, na forma como os animais são mortos, e não no fato de que eles são mortos em si. A fórmula é muito bem sucedida, pois essas entidades acabam gozando de bom prestígio entre pecuaristas e consumidores comuns, não se opondo a quase ninguém. Políticos vêem na aliança com essas entidades a certeza de reeleição, e por isso elas contam também com seu apoio.

Exercendo seu poder para educar as pessoas ao “consumo responsável” de carne, essas entidades não pedem que as pessoas façam nada diferente do que já faziam. Elas não propõe uma mudança de fato em favor dos animais, pois os padrões de consumo da população mantêm-se os mesmos e os animais continuam a ser explorados. A diferença está no fato de que essas campanhas colocam a entidade em evidência. A entidade se promove, deixando a impressão de que ela faz algo de realmente importante em nome de uma boa causa. Dessa forma as pessoas realizam doações e manifestam seu apoio, ainda que sem saberem ao certo o que estão apoiando.

Com a carne abatida de forma “humanitária”, o consumidor se sente mais a vontade para continuar consumindo carne, pois o incômodo gerado pela idéia de que é errado matar animais para comer é encobrida pela idéia de que, naqueles casos, os animais não sofreram para morrer. E o pecuarista lucra mais porque pode cobrar um preço maior por seus produtos, bem como colocar seus produtos em mercados mais exigentes.

De toda forma, os interesses desses grupos não coincide com os interesses dos animais, e por esse motivo não faz sentido que esses grupos utilizem nomenclaturas tais como como 'bem-estar' e 'humanitário', que podem vir a dar essa impressão.

Entidades que promovem o abate humanitário não protegem animais, mas sim promovem sua exploração. Elas estão alinhadas com os setores produtivos, que exploram os animais e não com os animais. Se elas protegessem animais trabalhariam pelo melhor de seus interesses. Seriam eles mesmos vegetarianos e não consumidores de carne. No entanto, adotando sua postura e sua retórica, não desagradam a praticamente ninguém, e dessa maneira enriquecem e ganham influência.

Entidades que realmente promovem o bem dos animais se esforçam em ensinar às pessoas que animais jamais devem ser usados para atender às nossas vontades. Elas devem se posicionar de forma clara a mostrar que comer animais não é uma opção ética, e que não importa que métodos utilizemos de criação e abate, isso não mudará a realidade de que animais não são produtos e que o problema de sua exploração não se limita à forma como o fazemos.

Ainda que uma campanha pelo vegetarianismo provavelmente conte com menos popularidade e menor adesão da população, até porque isso demanda uma mudança verdadeira na vida das pessoas, certamente uma campanha nesse sentido atende ao interesse real dos animais.

Ainda que reconhecendo que abater animais com menos crueldade é menos ruim do que abatê-los com mais crueldade, repudiamos que o abate que envolve menor crueldade seja objeto de incentivo. Eles não deveriam ser incentivados, premiados, promovidos ou elogiados, porque um pouco menos cruel não é sinônimo de sem crueldade, e só porque é um pouco mais controlado não quer dizer que é certo ou correto.



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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dostoievski

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Livros mais vendidos

Os 5 mais vendidos - Ficção:
1) A Cabana - William Yaoung
2) Amanhecer- Stephaenie Meyer
3) Lua Nova -Stephaenie Meyer

4) Eclípse- Stephaenie Meyer

Os 5 mais vendidos - Não-ficção:

1) Honoráveis Bandidos- Palmério Dória
2) Mentes Perigosas-Ana Beatriz Barbosa Silva
3) Comer,Rezar e Amar-Elizabeth Gilbert
4) Nunca Antes na História Deste País - Marcelo Tas
5) O Andar do Bêbado - Leonard Miodnow
(Fonte: Revista Veja)

PIAF

VIA COMICA: AUTORIDADES INCOMPETENTES

VIA COMICA: AUTORIDADES INCOMPETENTES

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Filmes que todos devem ver um dia

completa, clique aqui. 12 Homens e uma Sentença (12 Angry Men - 1957)
Diretor: Sidney Lumet
Elenco: Henry Fonda, Lee J. Cobb, E. G. Marshall
8 ½ (8 ½ - 1963)
Diretor: Federico Fellini
Elenco: Marcello Mastroianni, Anouk Aimee
Apocalypse Now (Apocalypse Now - 1979)
Diretor: Francis Ford Coppola
Elenco: Marlon Brando, Martin Sheen, Robert Duvall
RolloverWhy You Should See It
A Mavalda (All About Eve - 1950)
Diretor: Joseph L. Mankiewicz
Elenco: Bette Davis, Anne Baxter, George Sanders
Ladrões de Bicicleta (Ladri Di Biciclette - 1948)
Diretor: Vittorio De Sica
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola
Blade Runner - O Caçador de Andróides (Blade Runner - 1982)
Diretor: Ridley Scott
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young
Casablanca (Casablanca - 1942)
Diretor: Michael Curtiz
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid
Cidadão Kane (Citizen Kane - 1941)
Diretor: Orson Welles
Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore
Faça a Coisa Certa (Do the Right Thing - 1989)
Diretor: Spike Lee
Elenco: Danny Aiello, Ossie Davis, Ruby Dee
E.T - O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial - 1982)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Dee Wallace Stone, Henry Thomas, Drew Barrymore
O Exorcista (The Exorcist - 1973)
Diretor: William Friedkin
Elenco: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Linda Blair
O Poderoso Chefão (The Godfather - 1972)
Diretor: Francis Ford Coppola
Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan
007 Contra Goldfinger (Goldfinger - 1964)
Diretor: Guy Hamilton
Elenco: Sean Connery, Honor Blackman
A Primeira Noite de um Homem (The Graduate - 1967)
Diretor: Mike Nichols
Elenco: Anne Bancroft, Dustin Hoffman, Katharine Ross
Os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day's Night - 1964)
Diretor: Richard Lester
Elenco: The Beatles
Tubarão (Jaws - 1975)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss
Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia - 1962)
Diretor: David Lean
Elenco: Peter O'Toole, Alec Guinness, Anthony Quinn
Matrix (The Matrix - 1999)
Diretor: Larry Wachowski, Andy Wachowski
Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss
Tempos Modernos (Modern Times - 1936)
Diretor: Charlie Chaplin
Elenco: Charlie Chaplin, Paulette Goddard
Monty Python e o Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail - 1975)
Diretor: Terry Gilliam, Terry Jones
Elenco: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin
Nosferatu (Nosferatu - 1922)
Diretor: F.W. Murnau
Elenco: Max Schreck, Gustave Von Wagenheim, Greta Schroeder
Glória Feita de Sangue (Paths of Glory - 1958)
Diretor: Stanley Kubrick
Elenco: Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou
Psicose (Psycho - 1960)
Diretor: Alfred Hitchcock
Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh
Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp Fiction - 1994)
Diretor: Quentin Tarantino
Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman
Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark - 1981)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman
A Lista de Schindler (Schindler's List - 1993)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Liam Neeson, Ben Kingsley, Ralph Fiennes
O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs - 1991)
Diretor: Jonathan Demme
Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Glenn

Cantando na Chuva (Singin' in the Rain - 1952)
Diretor: Stanley Donen, Gene Kelley
Elenco: Gene Kelly, Donald O'Connor, Debbie Reynolds
Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot - 1959)
Diretor: Billy Wilder
Elenco: Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon
Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (Star Wars - 1977)
Diretor: George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher
Um Corpo Que Cai (Vertigo - 1958)
Diretor: Alfred Hitchcock
Elenco: James Stewart, Kim Novak
Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin / Les Ailes du Désir, Alemanha/ França -1987)
Diretor: Wim Wenders
Elenco: Bruno Ganz, Solveig Dommartin, Otto Sander
O Mágico de Oz (The Wizard of Oz - 1939)
Diretor: Victor Fleming
Elenco: Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger
Mulheres À Beira de um Ataque de Nervos (Mujeres Al Borde de um Ataque de Nervios - 1988)
Diretor: Pedro Almodovar
Elenco: Carmen Maura, Antonio Banderas
Dicionário inFormal

O dicionário de português gratuito para internet, onde as palavras são definidas pelos usuários.
Uma iniciativa de documentar on-line a evolução do português.
Não deixe as palavras passarem em branco, participe definindo o seu português!


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